segunda-feira, setembro 12, 2005

AVISO AOS NAVEGANTES

Raios ajudam a prever tempestades
Prever chuvas intensas, mesmo com algumas horas de antecedência, ainda é um grande desafio para a meteorologia. Para facilitar esta tarefa o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, está lançando um novo produto que gera previsões de curto prazo, com até duas horas de antecedência, para fortes chuvas, utilizando dados de monitoramento de raios. As previsões podem ser obtidas e visualizadas no site http://satelite.cptec.inpe.br/htmldocs/raio/desc_elet_nova.htm.
O novo produto é um aprimoramento de um aplicativo, o Fortracc (Previsão a Curto Prazo e Evolução dos Sistemas Convectivos), desenvolvido pela Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DSA), do CPTEC. O Fortracc, em operação há cerca de um ano (disponível no site: http://moara.cptec.inpe.br/), identifica sistemas convectivos, responsáveis por boa parte das fortes tempestades, sobre a América do Sul. Com a inclusão dos dados de raios, fornecidos pela Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas (RINDAT), as previsões de chuvas intensas ganharam maior confiabilidade.
Segundo o responsável pelo desenvolvimento do Fortracc, o pesquisador Luiz Augusto Machado, além de os raios confirmarem a identificação dos sistemas convectivos, também apontam aqueles mais ativos, com atividades elétricas e que merecem maior atenção e acompanhamento por parte dos meteorologistas. Além de prever a evolução das grandes tempestades no tempo e no espaço, com alta resolução (10 quilômetros quadrados), o Fortracc recupera o histórico do desenvolvimento dos sistemas convectivos.
A previsão é atualizada a cada meia hora, intervalo de tempo em que é gerada uma nova imagem do satélite GOES-12, da NOAA. O Fortracc utiliza imagens no infra-vermelho termal, geradas pelo GOES, para identificar os sistemas convectivos. Esta identificação é feita com a detecção de determinadas temperaturas no topo das nuvens.
De acordo com Machado, o lançamento do novo produto é fruto de uma parceria entre o CPTEC e o Grupo Eletricidade Atmosférica (ELAT), da Divisão de Geofísica Espacial (DGE/CEA), também do INPE, sob a coordenação do pesquisador Osmar Pinto Junior. De acordo com Pinto Junior, a área de abrangência do monitoramento de raios corresponde hoje a cerca de 1/3 do território brasileiro, incluindo os estados da região Sudeste, além dos estados do Paraná e Goiás. Até o final deste ano, está área de abrangência deverá ser ampliada para 2/3 do território nacional, incluindo todos os estados do Sul e do Centro Oeste, e alguns do Norte e Nordeste, regiões onde novos sensores de raios deverão ser instalados.
Novo aliado na previsão - Meteorologistas em centros de previsão do tempo, operadores em aeoroportos, companhias de energia elétrica e agrícolas, defesa civil e universidades procuram acompanhar as tempestades a partir de dados de radar, de imagens de satélites, estações meteorológicas, já que os modelos computacionais não conseguem gerar previsões de chuvas com confiabilidade.
O novo produto do CPTEC vem se configurando como um novo aliado no acompanhamento de fenômenos desta natureza, responsáveis por prejuízos materiais e por perda de vidas humanas.
Os dados de raios da RINDAT são atualizados a cada cinco minutos e tem sido bastante úteis na previsão do tempo, afirma o meteorologista Gustavo Escobar, do CPTEC. O Fortracc, por sua vez, fornece previsões a cada meia hora e, segundo Escobar, complementa as informações para as previsões de chuvas fortes a curto prazo.
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