quinta-feira, julho 20, 2006

AVISO AOS NAVEGANTES

Bom dia!
E, por enquanto, vamos seguindo nossa vidinha, sempre em frente, porque prá trás, não dá liga não!
Nenhuma alteração prevista no tempo e temperatura para os próximos quatro dias.
Para a próxima semana, há uma ligeira previsão de que teremos uma sensação de que o tempo está para mudar... mas não deve mudar muito não. E, reparem bem, deverá ser somente uma "ligeira sensação", sem mais nenhuma mudança concreta e visível...
O que seria essa "ligeira sensação"?
Apenas um aumento de nuvens no céu, e uma mudança no padrão térmico, ou seja, as madrugadas podem não ser mais tão frias e os dias podem não ser mais tão quentes (diminuição da amplitude térmica). Chuva? Não, não seja tão otimista assim. Talvez alguns pingos tímidos lá pelo dia 28 de julho... e nada mais. Logo após, novamente uma queda na temperatura mínima e o céu deve voltar a ficar sem nuvens novamente. Esse é o quadro.

Quero tecer algumas palavras sobre o fenômeno que estamos presenciando neste inverno:
Todos já devem ter ouvido falar sobre os fenômenos El Niño e La Nina, não?
Se não ouviu... preste atenção: esses são os nomes que dão ao fenomeno de variação de temperatura da superfície do oceano Pacífico. E daí... o que temos com isso?? Tudo... prá começar, você já deve ter escutado um ditado que diz que quando uma borboleta bate as asas na China, ocorre uma tempestado nos EUA... Isso é verdade!!! Entenda porque:
Imagine o Oceano Pacífico como uma enorme piscina, num dia ensolarado. Coloque na borda da piscina (costa leste do Pacífico na altura da linha do Equador - América do Sul) um grande ventilador - ligado, claro - (ventos Alísios), de modo que este seja da largura da piscina. O vento irá gerar turbulência na água da piscina. Com o passar do tempo, haverá um aquecimento da água no lado da piscina oposto ao ventilador (na costa Oeste do Pacífico - Japão, Austrália). Isto ocorre pois o vento está "empurrando" as águas quentes superficiais (aquela água que o sol esquenta na enorme superfície do Pacífico) para o outro lado, expondo águas mais frias das partes mais profundas do Oceano, do lado oposto, ou seja, na costa da América do Sul.
Esse fenômeno descrito acima, é o fenômeno normal, ou seja, o que é esperado normalmente para as águas do Pacífico. Os ventos Alísios sopram na linha do Equador, de Leste para Oeste, empurrando as águas quentes da superfície para o lado Oeste do Pacífico. Obviamente, as águas que estão no lado Oeste, empurram as águas mais frias, que estão no fundo, para o lado Leste do Pacífico, fazendo com que as águas do litoral da América do Sul seja mais frio. Se no mar acontece esse movimento, no ar (atmosfera) acontece o mesmo - ou seja - os ventos Alísios que sopram para o Oeste, sobre o Pacífico "voltam" para o Leste em camadas mais superiores, na troposfera (isso tem um nome - célula de Walker). Como as águas estão mais quentes o Oeste do Pacífico, há maior evaporação e esses ventos "sobem" para a troposfera, formando nuvens de chuva na região.
Outro ponto importante é que os ventos alísios, junto à costa da América do Sul, favorecem um mecanismo chamado pelos oceanógrafos de ressurgência, que seria o afloramento de águas mais profundas do oceano. Estas águas mais frias têm mais oxigênio dissolvido e vêm carregadas de nutrientes e micro-organismos vindos de maiores profundidades do mar, que vão servir de alimento para os peixes daquela região. Não é por acaso que a costa oeste da América do Sul é uma das regiões mais piscosas do mundo. O que surge também é uma cadeia alimentar, pois os pássaros que vivem naquela região se alimentam dos peixes, que por sua vez se alimentam dos microorganismos e nutrientes daquela região.
E então.... voltando ao nosso objetivo:
Quando ocorre o enfraquecimento dos ventos Alísios - aqueles que correm sobre a linha do Equador em direção Oeste, esse processo todo descrito acima não ocorre, sendo que as águas se mantém quente em toda a superfície do Pacífico, o que pode provocar até ventos contrários no lado Oeste do Pacífico... ou seja, não á acumulo de nuvens de chuva no lado Asiático do Pacífico, e sim no "meio do caminho". Esse fenômeno tende a ocorrer no final do ano, próximo ao Natal - nascimento de Jesus Cristo - por isso é chamado de El Niño (O Menino).
Esse fenômeno altera todo o fluxo térmico e hídrico da atmosfera global. Para nós, pobres mortais que moramos no Norte do Paraná, o resultado mais provável que teremos é muita chuva e temperaturas amenas (verão chuvoso e fresco).
Já quando ocorre o inverso, ou seja, há um aumento dos ventos Alísios, teremos um acúmulo maior de águas quentes à Oeste do Pacífico - Austrália e afins - e águas mais frias no Leste do Pacífico - América do Sul. Isso favorecerá a ocorrência de tempestades na Austrália e região. Isso é o La Niña - oposto do El Niño - e tende a ocorrer por períodos mais prolongados, chegando a durar 12 meses ou até mais, influenciando definitivamente o clima no nosso inverno.
Para nós, paupérrimos mortais Londrinenses, em anos de La Niña, testemunharemos pouca chuva e frio maior do que o habitual.
obs.: a fonte de pesquisa dessa baboseira toda é o site do INPE/CPTEC

Há que ressaltar aqui um dado interessante - que não li em lugar nenhum, mas tenho observado isso empíricamente: Londrina e todo o Norte do Paraná fica numa região de "transição" entre as regiões que sofrem os efeitos desses fenômenos - quando ocorre o El Niño, podemos prever muita chuva no Sul e seca no Nordeste Brasileiro. Quando ocorre La Niña, podemos dizer que o Sul terá seca, e o Nordeste presenciará mais dias chuvosos. Como nós, Londrinenses desprovidos de riquezas materiais, estamos à "meio caminho" dessas duas regiões, podemos sentir esses efeitos, de acordo com a intensidade desses fenômenos. Se o El Niño ou La Niña for muito intenso, uma desgraça intensa se abaterá sobre nossa região, já quando esses fenômenos são mais fracos, nossa desgraça permanece a mesma...
Neste ano de 2006, está se mantendo o fenômeno La Niña, ou seja, os ventos Alísios estão prá lá de abusados e soprando pacas as águas do Pacífico para o lado Oeste. Quem assiste telejornais ou lê jornais, deve ter visto uma ou outra manchete de chuvas fortes e intensa daquele lado do mundo. Assim presenciamos aqui, em nossa miserável região, um inverno SECO e FRIO - mais SECO do que quereríamos e nem tanto frio quanto poderíamos ter - já que estamos naquele meio-do-caminho que eu disse.

Que chato tudo isso, né... eu perdi um tempão pra escrever isso tudo e vocês também perderam um tempão prá ler... que perda de tempo comunitária... ô losco, sô!!!!
Ah, só mais uma coisa: a propósito de estamos no "meio-do-caminho" - Londrina e todo o Norte do Paraná pertence, geo-politicamente falando, à região Sul, mas, se olharmos pela ótica geo-meteorológica (isso existe?), estaremos mais para a região Sudeste (ou até Centro Oeste) do que para a região Sul... Eu prefiro o Sudeste, porque o Centro Oeste é mais pobre... hehehehe - mas isso é bobagem!!! A verdade é que estamos numa verdadeira crise-de-identidade: somos do Sul mas não nos sentimos como tal, não somos do Centro Oeste por culpa do Rio Paraná e nem do Sudeste por culpa de quem resolveu que a divisa do PR/SP seria no Rio Paranapanema. Eu acho que essa divisa deveria ser mais embaixo lá pelo Rio Ivaí... afinal, Curitiba que é nossa capital, nos ignora, São Paulo que não é nossa capital, nos serve muito mais, nao temos autonomia (não temos???) para nos declaramos independentes, e vivemos achando que dependemos de Curitiba (e sendo explorados exaustivamente pelos coxa-branca), sendo que na verdade, dependemos mais de SP (já que nossa colonização vem de lá... e tudo sempre veio de lá...) ... pode??? eita, sô... até nosso sotaque é mais de Sorocaba do que de Ponta Grossa... vichi... deixa quieto que já tô falando demais... o resto fica proceis pensar em casa, quando deitarem vossas cabecinhas nos vossos travesseiros...

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